A uma semana do primeiro turno das eleições, os candidatos a Prefeitura de Goiânia intensificaram suas campanhas, mas muitos eleitores ainda não conhecem os candidatos que concorrem ao pleito da Capital. Para apresentar os postulantes ao comando do Executivo Municipal, o Jornal Opção preparou breves biografias.
Adriana Accorsi (PT)
Adriana Sauthier Accorsi (PT), nascida em 17 de março de 1973, em Itapuranga, Goiás, é filha de Darci Accorsi, ex-prefeito de Goiânia, e Lucide Verônica Sauthier Accorsi. Participou ativamente do movimento estudantil e se graduou em direito pela Universidade Federal de Goiás (UFG).
Participou também das campanhas de seu pai, quando prefeito de Goiânia, como líder da juventude petista. Possui especializações em Ciências Criminais, pela Universidade Federal de Goiás (UFG) de 1996 a 1998, e Gestão de Segurança Pública, na Faculdade Lions (Faclions), em Goiânia, de 2006 a 2008.
Em 2000, iniciou sua trajetória como delegada após ser aprovada em concurso público. Trabalhou em delegacias gerais das cidades de Bela Vista de Goiás, Cristianópolis, Nazário, Turvânia, dentre outras.
Em seguida, em 2003, foi promovida a titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depai), permanecendo por mais de oito anos. Trabalhou em investigações em casos de pedofilia, homicídios e exploração sexual de crianças e jovens, entre eles, o caso da menina Lucélia.
Em 2011, ela exerceu as funções de superintendente de Direitos Humanos da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO). Como primeiro trabalho acompanhou as investigações referentes a grupos de extermínio suspeitos de serem responsáveis por centenas de assassinatos e dezenas de desaparecimentos.
Posteriormente, em dezembro do mesmo ano, foi convidada a ocupar o cargo máximo da Polícia Civil de Goiás (PCGO) como delegada-geral, sendo primeira mulher a assumir tal posto. Foi ainda, em 2013, secretária Municipal de Defesa Social de Goiânia, após ser convidada pelo então prefeito Paulo Garcia.
Em 2014, Adriana foi eleita deputada estadual por Goiás com 43.424 votos e reeleita em 2018 com 39.283 votos. Na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), participou das seguintes comissões: CCJ; Direitos Humanos; Segurança Pública; Criança e Adolescente; Educação, Cultura e Esporte. Em 2022, venceu as eleições para deputada federal por Goiás.
Sandro Mabel (UB)
Sandro da Mabel Antônio Scodro, com 65 anos, é um empresário e político brasileiro, casado com Karolyna Santos, também empresária, e pai de três filhos. Ele nasceu em 31 de dezembro de 1958, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. É filho Nestore Scodro e Maria Luiza Scodro.
Sua formação acadêmica inclui graduação em Administração de Empresas e especializações tanto no Brasil quanto no exterior. Além de empresário, é contador e possui experiência em diversas áreas, sendo pecuarista e carcinicultor, atuando também no mercado imobiliário.
Iniciando sua trajetória profissional aos 13 anos, Sandro Mabel destacou-se ao assumir a presidência da Mabel aos 23 anos, conduzindo a fábrica de bolachas. Ao longo de sua carreira, exerceu liderança em movimentos voltados para o desenvolvimento da indústria no Estado de Goiás, presidindo diversas entidades de classe, como a Associação do Comércio e da Indústria de Goiás (Aciag).
No campo político, Sandro Mabel teve uma carreira significativa, sendo deputado estadual por um mandato e deputado federal por 20 anos, onde se destacou como líder do PL na Câmara e relator da Reforma Tributária. Além disso, foi assessor especial do ex-presidente Michel Temer.
Desde janeiro de 2019, Mabel ocupava a presidência da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), com a missão de fortalecer as indústrias do estado. O objetivo do cargo é agregar valor à matéria-prima local e promover condições que garantam maior produtividade e competitividade às indústrias goianas.
Em 2020, ele também assumiu a presidência do Conselho de Mineração da Confederação Nacional da Indústria (CNI). No final de 2022, Sandro Mabel lançou um plano de investimentos da Fieg, que prevê a aplicação de R$ 1 bilhão na construção e modernização das estruturas do Sesi e Senai em todo o estado de Goiás até 2026.
Agora, em 2024, retornou à política para se candidatar à Prefeitura de Goiânia com o apoio e convite do governador Ronaldo Caiado (UB). Mabel também se filiou ao mesmo partido do Chefe do Executivo estadual, o União Brasil.
Fred Rodrigues (PL)
Frederico Gustavo Rodrigues da Cunha, 39 anos, nasceu em Goiânia no dia 25 de novembro de 1984. Filho de Aldo Rodrigues da Cunha e Maria Aparecida Alves da Cunha, que se mudaram de Minas Gerais para a capital goiana nos anos 1970, é o primeiro goiano da família.
Cresceu no bairro Novo Horizonte e, na adolescência, mudou-se para o Jardim América, onde vive até hoje. Casado com Adelle, é pai de Dante, nascido durante a campanha para deputado estadual em 2022.
Segundo consta em seu plano de governo, Fred Rodrigues, além de empresário, é bacharel em direito e analista político. O empresário ganhou notoriedade em rádios e TVs após participações na programação para fazer análises e comentários políticos.
Em Goiânia, conta com o apoio de figuras políticas como os deputados Gustavo Gayer (PL-GO), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), além da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ainda na política, Fred Rodrigues se candidatou nas eleições de 2020 para o cargo de vereador por Goiânia.
No entanto, foi eleito apenas dois anos depois, em 2022, para deputado estadual, pelo partido Democracia Cristã (DC), antigo Partido Social Democrata Cristão (PSDC), sendo o mais votado de Goiânia e o 8º no estado. Ao todo, foram 42.784 votos.
Apesar disso, Fred Rodrigues não está mais como deputado estadual após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A corte enxergou irregularidades na prestação de contas dele quando se candidatou para vereador em Goiânia.
Fred Rodrigues se candidatou a prefeito de Goiânia pelo Partido Liberal (se filiou em abril de 2024). Segundo ele, seu plano de governo está baseado em seis pilares, são eles: liberdade econômica e apoio ao empreendedorismo; gestão pública eficiente e transparente; segurança e ordem pública; desenvolvimento urbano e mobilidade; educação de qualidade e tradicional; e, por fim, saúde integral: esporte, inclusão, prevenção e controle rígido de drogas.
Matheus Ribeiro (PSDB)
Matheus Araujo Ribeiro, 31 anos, nasceu em Goiânia em 11 de julho de 1993. Filho de Kátia e Noron, uma professora e um agricultor, tem três irmãos. Matheus passou a infância em Piracanjuba, interior de Goiás, e voltou a Goiania aos 16 anos para estudar.
Por ser filho de uma professora, Matheus afirma que reconhece o valor do trabalho e da educação. Entre suas memórias mais importantes de sua infância está acompanhar sua mãe em sala de aula para segurar o filho de uma aluna para que essa estudante pudesse fazer provas.
Católico, Matheus é devoto do Divino Pai Eterno e de Nossa Senhora da Abadia. Segundo ele, na religião ele encontrou um caminho de paz e respeito.
Durante a faculdade, onde o candidato cursou Jornalismo, ele trabalhou em um escritório de contabilidade, estagiei na PUC TV, passei pela TV Goiânia Band até ir para a Tv Anhanguera, onde se tornou apresentador do Jornal Anhanguera, local que o tornou conhecido no Estado. Foi lá, também, que Matheus foi convidado para representar Goiás no Jornal Nacional, sendo o jornalista mais jovem a assumir a bancada do telejornal.
Em 2020, Matheus se mudou para Brasília para trabalhar na Record TV da cidade, retornando a Goiânia em 2022 para apresentar um programa na TV Goiania Band.
Com 10 anos no jornalismo, o candidato diz ter feito reportagens por toda a cidade e conhecido os problemas de todas as regiões de Goiânia. Matheus afirma que costumava acreditar que com o jornalismo conseguiria ajudar a melhorar a vida das pessoas, mas foi na política que encontrou essa possibilidade.
Por conta disso, em 2022 se candidatou a Deputado Federal em Goiás pelo PSDB. Na ocasião, Matheus recebeu mais de 46 mil votos, sendo o 1º suplente do meu partido.
Professor Pantaleão (UP)
Filho de um sargento e de uma espírita, Pantaleão cresceu em Campinas, Goiás. A infância, como relembra, foi marcada por um ambiente familiar de valores sólidos, moldados pelas convicções do pai, que enfrentou severas represálias após apoiar o governador Mauro Borges contra o regime militar.
Aos 13 anos, enquanto cursava o Colégio Pedro Gomes, Pantaleão teve seu primeiro contato com a ideologia comunista. Ali, ele encontrou em livros e conversas com colegas, muitos deles já engajados em movimentos de resistência, uma nova perspectiva de mundo. O contexto político da época era tenso e as ideias revolucionárias eram consideradas perigosas ameaças à ordem estabelecida.
Na universidade, Reinaldo Pantaleão mergulhou definitivamente nas lutas estudantis. A escolha por lecionar História não foi mero acaso, mas sim um reflexo do desejo de partilhar o que havia aprendido nas trincheiras da militância e nas leituras dos grandes teóricos socialistas.
Ao longo de mais de quatro décadas de ensino, testemunhou as transformações sociais do Brasil. Pantaleão não se contentou apenas em atuar nas salas de aula. Nos anos 70, ele participou ativamente das lutas pela anistia e pelos direitos civis. No comitê goiano pela anistia, exerceu o cargo de Primeiro-secretário, ao lado de figuras como Therezinha Zerbini, esposa do general que se recusou a apoiar a Ditadura Militar.
O caminho político de Pantaleão foi marcado por diversas transições partidárias, sempre guiadas por suas convicções ideológicas. Fundador do PT nos anos 80, ele disputou várias eleições pelo partido, mas começou a se afastar com o passar do tempo, especialmente após a nomeação de Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda durante o governo Lula.
Em 2019, encontrou no recém-criado Unidade Popular pelo Socialismo (UP) uma nova casa política. A UP, segundo Pantaleão, representa um retorno às raízes revolucionárias, com uma juventude disposta a enfrentar o fascismo sem medo.
Rogério Cruz (SD)
Rogério Oliveira da Cruz, 58 anos, nasceu em 19 de junho de 1966, em Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro. Rogério iniciou sua trajetória como líder comunitário e pastor evangélico, dedicando sua vida à comunidade e aos problemas sociais. Antes de se entrar na política, atuou no ramo empresarial, mas consolidou sua trajetória como pastor da Igreja Universal do Reino de Deus.
Formado em gestão pública pela Universidade Paulista (UNIP), Rogério foi executivo do Grupo Record por 16 anos, na África, continente em que também desenvolveu ações humanitárias junto com a esposa, Thelma Cruz.
Em 2012, já em Goiânia, Rogério se candidatou a vereador, sendo eleito. Durante seu mandato na Câmara Municipal de Goiânia, o candidato focou suas pautas na defesa da assistência social, saúde e políticas públicas para idosos e jovens. Ele também foi Secretário de Gestão de Pessoas, na Prefeitura de Goiânia, em 2014. Em 2016 foi reeleito vereador e, na Casa, foi vice-presidente da Mesa Diretora e presidente da Comissão das Pessoas Portadoras de Deficiência e Necessidades Especiais.
Após servir dois mandatos, Rogério Cruz foi convidado para compor chapa como vice-prefeito de Maguito Vilela (MDB). A chapa se consagrou vitoriosa no segundo turno, fazendo Rogério Cruz assumir a vice-prefeitura. No entanto, por conta das complicações da Covid-19, Maguito veio a falecer em janeiro de 2021, dias após tomar posse. Com isso, Cruz foi empossado prefeito de Goiânia.
Durante seu mandato, Cruz enfrentou problemas como a pandemia da Covid-19 e a retomada econômica do município. Além disso, Rogério reforço investimentos em mobilidade urbana, tendo como seu grande legado a entrega do BRT Norte-Sul. Entretanto, problemas na cidade, como a crise do lixo e suspeitas de corrupção na Comurg mancharam sua imagem para os goianienses.
Por conta disso, Rogério Cruz ocupa a 6ª posição nas intenções de voto na capital. Hoje, o prefeito que busca a reeleição está à frente apenas do candidato da Unidade Popular, Professor Pantaleão.
Vanderlan Cardoso (PSD)
Vanderlan Vieira Cardoso, 61 anos, nasceu em Iporá em 15 de novembro de 1962. Casado e pai de dois filhos, é empresário e senador. Vanderlan começou sua trajetória ajudando seus pais no açougue da família e na entrega de salgados feitos por sua mãe para lanchonetes de Iporá. Durante sua juventude, o candidato trabalhou como chapeiro e feirante.
Ainda jovem, Vanderlan se mudou com a família para Boa Vista, Roraima, onde abriu um pequeno atacado que revendia produtos de Manaus. Após algum tempo, o candidato comprou um supermercado onde uniu atacado e varejo no mesmo local.
No fim da década de 1980, Vanderlan voltou ao Centro-Oeste. Ele vendeu seus negócios em Roraima e abriu uma indústria de alimentos em Brasília. Já nos anos 90, ele fundou o Grupo Cicopal em Senador Canedo.
O candidato iniciou sua carreira política em 2004, quando foi eleito prefeito de Senador Canedo. Em 2008, Vanderlan foi reeleito com 80% dos votos válidos. Sua gestão na cidade foi marcada pelo planejamento em infraestrutura.
Já em 2018, Vanderlan foi eleito senador com 1.729.637 votos. No Senado, Vanderlan se tornou presidente da Comissão de Ciência , Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) no biênio 2019/2020. Já no biênio 2023/2024, exerce a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Vanderlan concorreu à Prefeitura de Goiânia em 2020, sendo derrotado no segundo turno por Maguito Vilela (MDB).
O candidato se descreve como um liberal e no seu plano de governo afirma que buscará favorecer a economia de mercado, a iniciativa privada e políticas de menor intervenção estatal na economia, além da desburocratização. Para ele, a segurança, a ordem, eficiência administrativa e responsabilidade fiscal são os pontos mais importantes a ser valorizados.
Vanderlan também diz ter um olhar sensível para aqueles que precisam da ajuda do Estado e defende a manutenção de serviços públicos essenciais de qualidade como saúde, educação, cultura, lazer e segurança.
Hoje, Vanderlan está na terceira posição nas intenções de voto para a Prefeitura de Goiânia. Ele está atrás de Sandro Mabel (UB) e Adriana Accorsi (PT).