O analista de um jornal local disse que a disputa de Goiânia é uma das mais “apertadas” da história da cidade. De fato, é. Mas, se examinasse as pesquisas com a devida atenção, o que não ocorreu, perceberia que há um fato novo — o único, quiçá.
O pré-candidato do União Brasil, Sandro Mabel, é o único que realmente está crescendo, e com certa rapidez. Alguém que saiu do zero e chega a 15%, em cerca de um mês, tem de ser visto como um postulante com alto potencial de virada.
Os pré-candidatos do PT, a deputada federal Adriana Accorsi, e do PSD, o senador Vanderlan Cardoso, aparecem em primeiro, mas estagnados. Nenhum deles crava 25% nas pesquisas de intenção de voto. Estacionados, estão assistindo, de camarote, a expectativa de poder (quase) passando deles para Sandro Mabel.
Há outro detalhe que deveria ter chamado a atenção dos analistas do jornal local, mas não chamou. Há indícios, dados o avanço de Sandro Mabel e o fato de Adriana Accorsi e Vanderlan Cardoso terem “estacionado”, que o postulante do União Brasil absorveu votos que eram do deputado Gustavo Gayer, do PL, e não foram “transferidos” para o pré-candidato do PL, Fred Rodrigues.
Por fim, há de se destacar que, considerando uma margem de erro de 4 pontos percentuais, Sandro Mabel pode estar quase empatado, tecnicamente, com Adriana Accorsi e Vanderlan Cardoso. Os dois têm de colocar as “cutículas” de molho.
A estrutura de Sandro Mabel, com o apoio de um poderoso exército eleitoral, começa a fazer a diferença.
Ademais, de que adianta ter uma pesquisa que diz muito — bem além da mera intenção de voto — se não se sabe extrair o sumo de suas filigranas? (E.F.B.)