O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), declarou nesta quarta-feira (3/7) que o projeto de segurança pública preparado pelo governo federal está “descolado da realidade”. Para Caiado, a União não deve interferir na autonomia dos estados para gerir suas próprias políticas de segurança.
“Me desculpe, mas está desconectado da realidade hoje, a se pensar na segurança pública. O governo federal tem ali a iniciativa de coibir crimes que são da alçada do governo federal. Quais são, lavagem de dinheiro, narcotráfico, comércio de armas, tudo isso”, comentou Caiado a jornalistas ao chegar no Palácio do Planalto, onde participa do lançamento do Plano Safra 2024/2025 Agricultura Familiar.
Para o governador, a iniciativa do governo federal deveria investir em inteligência, cooperação internacional com os países fronteiriços, tecnologia, como drones e satélites, e cooperação com as forças estaduais. Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo quer ampliar a responsabilidade sobre a segurança pública, unificando as políticas que os estados devem seguir, e ampliando as competências da Polícia Federal.
“Entrar no dia-a-dia da polícia em cada realidade… Brasília precisa entender que não tem como ditar regras. Ela não conhece a realidade do Amapá, Goiás, Maranhão, Rio Grande do Sul. Cada um tem a sua realidade. Acho que realmente deixou a desejar, já que eu posso dizer, porque hoje eu tenho o estado mais seguro do país. Lá você vai fer uma ligação direta da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, e as nossas forças de segurança. Ali está o modelo que tem que ser copiado”, disse ainda Caiado.
Ontem (2), em entrevista à Rádio Sociedade, em Salvador, Lula afirmou que deve se reunir com Lewandowski daqui a 15 dias. Ele espera ainda que haja resistência de alguns governadores. “Para que a gente possa fazer uma proposta de segurança pública sabendo que a gente vai enfrentar a recusa de muitos governadores. A gente vai enfrentar a recusa de muitos governadores, porque muitos reclamam da segurança pública, mas não querem abrir mão do controle das polícias civil e militar. Quem foi governador sabe, é muito difícil cuidar da segurança pública”, argumentou.