Vídeos de francesa dopada pelo marido e abusada por 50 estranhos serão exibidos em tribunal
Deliberação da Corte foi descrita como uma 'vitória' por advogados da vítima, Gisèle Pelicot
Publicada em 05/10/24 às 15:12h - 21 visualizações
Rádio RIR Brasil Goiânia - Direção: Ronaldo Castro - e Marcio Fernandes 62 99951- 6976
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(Foto: Rádio RIR Brasil Goiânia - Direção: Ronaldo Castro - e Marcio Fernandes 62 99951- 6976)
(O Globo) O tribunal criminal de Vaucluse decidiu nesta sexta-feira que os vídeos e fotos difundidos durante os debates no julgamento de estupros de Mazan serão agora exibidos na presença da imprensa e do público.
Esta decisão, descrita como uma “vitória” pelos advogados de Gisèle Pelicot, foi anunciada pelo presidente do tribunal, Roger Arata, após um debate de quase duas horas no início da audiência de sexta-feira e depois de uma deliberação da Corte de 90 minutos.
A difusão destas imagens será, no entanto, precedida de um “anúncio de autorização de saída da sala para pessoas sensíveis e menores”, especificou o magistrado.
Desde o início do julgamento, em 2 de setembro, em Avignon, a sala de audiência está reservada ao tribunal, às partes e à imprensa, estando o público numa sala de transmissão anexa.
Estas emissões serão, no entanto, “não sistemáticas” e apenas ocorrerão em casos “estritamente necessários à manifestação da verdade”, a pedido de uma das partes, acrescentou Arata.
No dia 20 de setembro, ao final da terceira semana de debates, o juiz-presidente Arata proibiu a divulgação das imagens ao público e à imprensa:
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— Considerando que essas imagens são indecentes e chocantes, isso será feito na presença apenas das partes do julgamento — disse, na ocasião.
Cinco dias depois, os advogados de Gisèle Pelicot, porém, voltaram a apelar ao fim destas restrições, em nome da luta que ela agora trava contra a violência sexual. E foi sobre as suas conclusões escritas que as partes debateram longamente no tribunal na manhã de sexta-feira.
Pelicot, estuprada durante dez anos pelo seu marido e por dezenas de homens que ele recrutou na internet, depois de tê-la drogado com ansiolíticos, se opôs à sessão fechada desde o início dos debates no dia 2 de setembro.
E o tribunal decidiu inicialmente por debates totalmente públicos, até a decisão de 20 de setembro.
— Para Gisèle Pelicot, é tarde demais, o estrago está feito — argumentou nesta sexta-feira um de seus advogados, Stéphane Babonneau. — Mas se esses mesmos debates, através da sua publicidade, impedirem que outras mulheres tenham de passar por isso, então ela encontrará sentido no seu sofrimento.
Vários advogados dos 50 corréus do julgamento, no entanto, opuseram-se veementemente à presença do público e da imprensa durante a transmissão dos vídeos.
— A justiça não precisa que isso aconteça. Para que servem estas projeções nauseantes? Tínhamos direito a uma projeção de um primeiro caso. Um filme não bastava? — implorou o advogado Olivier Lantelme, sem sucesso.
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