As mudanças climáticas afetam não apenas o equilíbrio dos ecossistemas e a biodiversidade, mas também a estabilidade econômica e social de milhões de pessoas. O aumento das temperaturas e as chuvas extremas, alguns dos diversos fenômenos associados, exercem impactos adversos no crescimento econômico ao afetarem setores-chave, como agricultura, energia e infraestrutura.
O Brasil sentiu na pele o alerta do planeta no ano mais quente da história — que promete ser superado em 2024. Enquanto a seca extrema castigava a região Norte, que viu a Amazônia encoberta por fumaça, os vendavais devastaram as regiões Sul e Sudeste do país.
Um relatório do Fórum Econômico Mundial aponta que esses efeitos adversos podem causar uma perda anual de 4% da produção econômica mundial até 2050. Segundo Daniel Caiche, professor de MBA da Fundação Getulio Vargas (FGV) e especialista em mudanças climáticas e mercado de carbono, setores sensíveis às variações enfrentam desafios significativos em um futuro em que eventos climáticos extremos serão cada vez mais frequentes e intensos.
"Eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas e tempestades mais intensas, podem prejudicar a produtividade e a eficiência operacional, levando a perdas econômicas significativas. Portanto, a mitigação das mudanças climáticas torna-se crucial não apenas para a sustentabilidade ambiental, mas também para a estabilidade econômica global", afirmou.
De acordo com o pesquisador, setores responsáveis pela produção de energia e alimento, respondem por uma parcela significativa da produção econômica, além de serem estratégicos para a manutenção da nossa organização social.