Javier Milei, que tomou posse como presidente da Argentina no dia 10 de dezembro, conquistou a presidência com alguns feitos — ganhou em 20 das 23 províncias do país, derrotou Sergio Massa no segundo turno após uma vitória deste no primeiro turno e se tornou o primeiro economista a chegar à Casa Rosada.
Mas, daqui pra frente, o mandato de Milei deverá ficar longe das proezas e da festa que seus apoiadores fizeram em Buenos Aires no dia de sua posse, na avaliação do cientista político Gerardo Munck, professor da Universidade do Sul da Califórnia (USC), nos Estados Unidos.
Para o cientista político, a governabilidade e o poder de Milei dentro e fora do seu novato partido serão desafios possivelmente maiores do que foram para os ex-presidentes Donald Trump, nos EUA, e Jair Bolsonaro, no Brasil — dois políticos com quem o argentino é frequentemente comparado.
"Trump era mais poderoso, carismático… Ele conquistou seu caminho no partido [republicano] nas primárias. Milei não é uma figura política grande como Trump", afirmou Munck em entrevista à BBC News Brasil.
"Há uma diferença da Argentina versus o Brasil que torna a situação mais difícil para Milei do que para Bolsonaro. [Na Argentina] Há menos partidos, o sistema partidário não é tão fragmentado."