No ano passado, eu estava no casamento de um amigo quando me perguntaram se eu sabia que quem inventou os absorventes modernos foram as enfermeiras da Primeira Guerra Mundial — que, usando a criatividade, começaram a reaproveitar as bandagens militares para esse fim.
Não, eu não sabia.
Sou historiadora, tenho interesse nas relações entre corpo e tecnologia, e sou também uma pessoa que menstrua, então a conversa me fez refletir sobre como nunca parei para pensar sobre a história dos produtos para a menstruação. Deve ser porque o fluxo menstrual está, desde sempre, ligado a um sentimento de vergonha, desestimulando o diálogo sobre o tema.
Não deveria ser assim, pensei. Então, junto com uma equipe de colegas da Universidade de Leeds, no Reino Unido, embarquei em um projeto de pesquisa sobre a história do estigma menstrual.
O que descobrimos, até agora, são diversos exemplos de como o fluxo menstrual é estigmatizado — começando há muitos milhares de anos e chegando até os dias de hoje.