Pela primeira vez desde a entrada da África do Sul em 2011, o Brics admite novos membros, em uma decisão que somará várias das maiores economias do Sul Global ao grupo.
O anfitrião da 15ª Cúpula do Brics, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa anunciou na manhã desta quinta-feira (24), a admissão, pela primeira vez desde que seu país entrou ao grupo, de seis novos membros: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. Estes países passarão a formar parte formalmente do Brics a partir do dia 1° de janeiro de 2024.
Durante a cúpula, as delegações discutiram e aprovaram um documento com diretrizes e critérios para o ingresso de países ao grupo. Entre os critérios para novos integrantes estaria o de não estar em conflito com algum dos países membros.
O Brics agora passa a representar 46% da população mundial e 36% do PIB mundial.
Fontes do governo informaram ao Brasil de Fato que o Estado brasileiro havia ficado completamente fora do diálogo sobre novos membros, e em geral sobre qualquer assunto no âmbito dos Brics, durante 6 anos, e que durante esse período houve muitos avanços.
O presidente Lula, em pronunciamento na manhã desta quinta (24), durante a declaração à imprensa dos líderes do Brics, ressaltou a evolução do bloco nos últimos anos.
“A última vez que participei de uma reunião do Brics foi em 2010. Estou profundamente impressionado com a maturidade do Brics e com os resultados que conseguimos alcançar juntos”, disse Lula.
Ao comunicar os resultados, Ramaphosa disse que existe um impulso global para a utilização de moedas locais, acordos financeiros e sistemas de pagamento alternativos. “Como Brics, estamos prontos para explorar oportunidades para melhorar a estabilidade, a fiabilidade e a justiça da arquitetura financeira global”, disse o presidente sul-africano.
Assim, Ramaphosa anunciou que os líderes do Brics incumbiram os seus ministros das finanças, bancos centrais para que estudem a questão das moedas locais, dos instrumentos e plataformas de pagamento. Um relatório sobre o assunto deve ser apresentado aos líderes do grupo até à próxima cúpula.
O mandatário da África do Sul mencionou que os líderes do grupo receberam um relatório da presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, sobre a visão e o papel da entidade financeira.
Em seu relatório, Dilma Roussef disse que está empenhada em garantir que o trabalho do banco seja realizado “sem impor condicionalidades ligadas a qualquer política pública ou projeto privado”. “Nosso apoio financeiro é fornecido sem condições onerosas”, destacou Rousseff que preside o banco com sede em Xangai.
Lula falou sobre a diversidade entre os países que integram o grupo. “Muitos alegavam que somos demasiadamente diferentes para forjar uma visão comum. A experiência contudo demonstra o contrário, nossa diversidade fortalece a luta por uma nova ordem, que acomode a pluralidade econômica, geográfica e política do século XXI”.
Perfil dos novos membros
Com informações do BdF e RBA