O Estado-Maior da Ucrânia informou que as forças russas estão retirando moradores com passaporte russo de localidades próximas à central nuclear de Zaporizhia para as cidades costeiras de Berdyansk e Prymorsk, na zona costeira junto ao Mar de Azov.
“Os primeiros a serem retirados são os que aceitaram a cidadania russa nos primeiros meses de ocupação”, iformaram as tropas ucranianas.
A cidade de Enerhodar também teve seus moradores evacuados. O prefeito ucraniano de Melitopol, Ivan Fedorov, disse que há filas de espera de cinco horas com a saída de milhares de pessoas da cidade.
Em entrevista à emissora pública britânica BBC, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (Aiea), Rafael Grossi, admitiu que a retirada de residentes que moram junto à central nuclear pode sinalizar que haverá, em breve, combates pesados entre forças russas e ucranianas nas redondezas.
Já na sexta-feira (5), em um sinal de intensificação dos combates, o governador da área ocupada pela Rússia, Yevgeny Balitsky, ordenou a retirada de civis daquela região.
No sábado (6), Rafael Grossi já tinha demonstrado preocupação com a segurança da central nuclear de Zaporizhia e considerou que a situação está se tornando mais perigosa.
“A situação na área perto da central nuclear de Zaporizhia está tornando-se cada vez mais imprevisível e potencialmente perigosa”, afirmou o diretor-geral da AIEA, que acrescentou ainda a preocupação com “a segurança nuclear” e “os riscos de proteção” da central.
O diretor-geral da AIEA informou ainda que os especialistas da ONU em Zaporizhia “continuam a ouvir bombardeios regularmente”.
“Devemos agir agora para prevenir a ameaça de um grave acidente nuclear e as suas consequências para a população e para o meio ambiente”, acrescentou Grossi.
A central nuclear de Zaporizhia está perto da linha da frente dos combates. Nos últimos meses, Rússia e Ucrânia têm trocado acusações sobre os ataques que ocorrem perto da central nuclear.
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