O presidente Jair Bolsonaro voltou a se referir ao ex-presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como bêbado que quer dirigir o Brasil, sem citar nomes. "A proposta de regulação da produção agrícola o cara já tirou do programa de governo. Malandro como sempre. Sem caráter. Um bêbado que quer dirigir o Brasil", disse Bolsonaro, na abertura do Encontro Nacional do Agro, promovido pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília (DF), com mais de 3,5 mil produtores rurais.
Bolsonaro repetiu que questionou aos banqueiros em reunião recente na Febraban se aceitaram um funcionário que os roubou oito anos depois para trabalhar com eles novamente. "É óbvio que não (empregariam de novo). O Brasil é uma Ferrari ou melhor que isso. Se botar uma pessoa com certos vícios para pilotar a Ferrari, ela vai capotar na primeira curva. O Brasil só não capotou porque é muito grande", afirmou.
Ele disse que o Brasil foi "assaltado" por 14 anos. "Está aqui o presidente da Petrobras e já vimos melhoras, mas ela ao longo de 14 anos foi endividada em R$ 900 bilhões, fruto de corrupção, roubalheira e loteamento político de diretorias. Algo semelhante (ocorreu) no BNDES com empréstimos a ditaduras", afirmou.
Bolsonaro afirmou, sem citar Lula, nominalmente, que ele vivia de amores com Fidel Castro e Evo Morales. "Vimos há pouco uma cartinha em defesa da democracia. Olha quem assinou por último: o cara que vive ou vivia de amores com Fidel Castro, Hugo Chávez, Nicolas Maduro, Evo Morales e Néstor Kirchner. Em época de campanha, pessoal vira bonzinho", afirmou.
'Problemas na vizinhança'
O presidente também disse que o Brasil precisa ver os problemas que estão ocorrendo na vizinhança em uma menção à ascensão da esquerda na América Latina. "Precisamos nos antecipar aos problemas, ver o que ocorre com a vizinhança e não embarcar nisso", disse, na abertura do Encontro Nacional do Agro.
Bolsonaro afirmou que não podemos desperdiçar "oportunidades" e deixar chegar em 2023, 2024 e 2025 para ver a situação que o Brasil vai chegar. "O que temos pela frente? O que está em jogo? Será que é só jogo interno do poder ou tem outros agentes ao redor do mundo interessados naquilo que chamam de fazendão? Para onde estávamos indo até 2018?", questionou.
No evento, o presidente estava acompanhado dos ministros da Agricultura, Marcos Montes; do secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência, Almirante Rocha; do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite; do ministro da Justiça, Anderson Torres; do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; do ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, Walter Braga Netto (PL); e do presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade.
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