O empresário e ex-coach Pablo Marçal, que ficou em terceiro lugar na recente eleição para prefeito de São Paulo, está em diálogo com o União Brasil, considerando uma possível filiação para disputar a Presidência da República em 2026. Com essa movimentação, Marçal pode entrar em um embate interno com Ronaldo Caiado, governador de Goiás e também pré-candidato ao Palácio do Planalto. A entrada do ex-coach, conhecido por seu tom ousado, promete redesenhar o cenário do partido e gerar uma possível disputa pelo protagonismo presidencial. As informações são do jornal Estadão.
Marçal confirmou as conversas ao jornal Estadão, assim como o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, que reconhece a aproximação, mas evita cravar o empresário como candidato do partido ao Planalto. Um aliado de Marçal sugeriu que a filiação poderá ocorrer até o primeiro semestre de 2025, mas Rueda mantém cautela. “Se Marçal quer ser candidato à Presidência, precisa se filiar ao partido primeiro”, disse Rueda, reforçando que, até o momento, Caiado é o nome prioritário do União Brasil para a corrida presidencial.
A possível chegada de Marçal ao partido foi bem recebida pelo governador Ronaldo Caiado, que vê valor na pluralidade de vozes dentro do União Brasil, embora enfatize que é ele o principal candidato do partido. “Acredito que Marçal trouxe um ponto importante para a democracia na eleição de São Paulo, mostrando que cada disputa é única”, afirmou Caiado, sem deixar de lado sua posição de destaque. Mesmo com o tom diplomático, o governador goiano deixa claro que tem seu nome em primeiro lugar na legenda para 2026.
Em comum, Marçal e Caiado compartilham uma postura de distanciamento crítico em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o que os coloca em um mesmo campo, embora distinto do bolsonarismo tradicional. Em Goiânia, Caiado apoiou a candidatura de Sandro Mabel, do União Brasil, enquanto Bolsonaro se alinhava com Fred Rodrigues, do PL. “Foi o PL que quis gerar um confronto com nossa candidatura, não fui eu”, declarou Caiado.
Marçal, por sua vez, enfrentou uma relação de altos e baixos com Bolsonaro. Durante as eleições de 2022, o empresário chegou a pedir que o ex-presidente devolvesse uma doação que fizera à campanha e, em 1º de novembro, publicou um vídeo no qual criticava Bolsonaro diretamente, mandando-o “cuidar da vida”.