O governador Ronaldo Caiado (UB) voltou a ocupar a Tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) na manhã deste sábado, 1, após quase sete anos, durante posse da nova Mesa Diretora do Parlamento goiano. Ao parabenizar os deputados eleitos para a nova composição da Mesa Diretora, o governador destacou a parceria com o Parlamento goiano para implementar as políticas públicas para a população e destacou a responsabilidade fiscal do seu governo.
“Goiás hoje ao invés de ser um Estado que se comparava às situações mais caóticas da federação detém hoje o primeiro lugar em grau de liquidez no País naquilo que é a comparação do que o Estado tem em caixa e o que há de dívida”, comentou.
A última vez que Caiado havia subido à Tribuna da Assembleia foi em primeiro de janeiro de 2020, quando tomou posse para o primeiro mandato à frente do Estado de Goiás. O governador lembrou, durante o discurso deste sábado, que não teve a oportunidade falar aos deputados devido à problemas de saúde. “Hoje é um momento emblemático onde damos posse a toda uma Mesa [Diretora] que participou de toda a trajetória do governo e que conseguiu marcas inéditas na Assembleia”, comentou em referência a eleição por unanimidade de Bruno Peixoto (UB).
Experimentado no Parlamento brasileiro, Caiado deixou recados claros para Daniel Vilela (MDB), sucessor do seu governo, para os prefeitos de Goiânia e Aparecida de Goiânia, prefeitos do interior, Governo Federal e, claro, para adversário políticos. “Eu tinha uma base de 14 prefeitos e 10 deputados estaduais, mas soubemos trabalhar para mostrar que em hora alguma nenhuma prefeitura foi discriminada no nosso governo e nenhum deputado foi discriminado. A parceria entre os Poderes e Órgãos independentes de Goiás sempre pautou nossas políticas em conjunto, tendo a humildade para receber críticas, mas a consciência de que nenhuma decisão de governo foi tomada com o intuito populista”, afirmou.
Ao destacar a gestão dos recursos do caixa do Estado, Caiado pontuou que garantiu a governabilidade através do equilíbrio fiscal e criticou políticas populistas que “deterioram gestões em todos os níveis de poderes”. “Goiás está consolidado para deixar ao sucessor a continuidade das políticas públicas e não um quadro de terra arrasado como eu recebido, como recebeu Sandro Mabel, como recebeu Leandro Vilela e tantas outras prefeituras e prefeitos do Estado de Goiás”, explanou.
O governador lembrou ainda que ao assumir o mandato em 2020, recebeu o Estado com dívidas com fornecedores, folha de pagamento dos servidores públicos em atraso e uma dívida que inviabilizou a tomada de empréstimo pelo Estado. “Mas tudo isso foi superado com responsabilidade fiscal. Este é praticamente o meu último ano de mandato, entrego para Daniel Vilela a partir de março do ano que vem com responsabilidade, sem ter contraído nenhum centavo de dívida e com a menor proporção de dívida PIB da sua história”, afirmou.
Recados à oposição
Ao evocar gestão passadas, o governador marcou a diferença no tratamento com as prefeituras municipais e os Poderes Legislativo e Judiciário. Caiado destacou o investimento de mais de R$ 17 bilhões na Segurança Pública, além dos investimentos em Saúde e Educação e questionou: “Onde estava este dinheiro?”.
“Goiás passou a ter a confiança dos empresário para investir no Estado, não tem mais um processo de corrupção que deteriora a credibilidade e a moral do governo. Jamais parcelei o duodécimo, jamais negociei o duodécimo com os poderes. Todo dia 20, mesmo em momentos de dificuldades, esse dinheiro estava no caixa dos Poderes”, afirmou.
Lembrou também dos atrasos dos repasses obrigatórios aos municípios para transporte e o fundo de assistência social. “O Bolsa Universitária só atingia níveis estratosféricos no ano anterior à eleição, com nosso governo ela teve um crescimento consolidado durante todos os seis anos. Todas as prefeituras receberam os 10 meses de repasses atrasados para saúde, transporte escolar e assistência social. Hoje, toda secretaria de Assistência Social de cada prefeitura recebe esta verba, sem atrasos, para fazer o atendimento das pessoas mais necessitadas”, disse.
Caiado voltou a criticar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública que, na visão dele, retira a autonomia dos governadores sobre as forças de segurança e criticou a falta de investimentos do Governo Federal em obras no Estado. “Vamos entregar um hospital que será referência no Brasil no tratamento do câncer, em especial das nossas crianças, o Hospital de Cora, e não tivemos o apoio do Governo Federal em nenhum momento”, reclamou.
Discursos do presidente e líder do governo
O presidente Bruno Peixoto também citou a gerência nos gastos da Alego. “A economia que anunciei está no caixa da Assembleia. Aproximadamente, R$ 400 milhões”, destacou. Sobre o próximo biênio, disse que dará ênfase à regularização fundiária e fez um balanço dos últimos dois anos, com menção ao programa Deputados Aqui; à Procuradoria da Mulher, que atendeu mais de 800 mulheres em situação de vulnerabilidade, e à Ouvidoria do Idoso. “Temos a obrigação moral de seguir o princípio, o diálogo, a verdade e a transparência”, acrescentou.
Líder do governo na Assembleia, o deputado Talles Barreto falou em nome do parlamento estadual e reforçou os deveres dos deputados. “Assegurar o diálogo entre Executivo e Legislativo, levar as demandas do Governo e, ao mesmo tempo, representar as vozes do legislativo goiano para que cada decisão seja tomada com equilíbrio. Foram milhares de processos apreciados, debatidos com responsabilidade”, afirmou.
Mesa Diretora
Além do deputado estadual Bruno Peixoto (UB), releeito para a presidência da casa, os demais 10 integrantes que ocuparão a Mesa são os deputados Issy Quinan (MDB), 1º vice-presidente; Clécio Alves (Republicanos), 2º vice-presidente; Bia de Lima (PT), 3ª vice-presidente; Julio Pina (Solidariedade), primeiro vice-presidente corregedor; Lineu Olimpio (MDB), segundo vice-presidente corregedor; Coronel Adailton (Solidariedade), primeiro secretário; Wilde Cambão (PSD), segundo secretário; Amauri Ribeiro (UB), terceiro secretário; Cairo Salim (PSD), quarto secretário; e Vivian Naves (Progressistas), quinta secretária.
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