Por que o senador Vanderlan Cardoso, do PSD, foi derrotado na disputa pela Prefeitura de Goiânia e ficou em quinto lugar, atrás até mesmo do neófito Matheus Ribeiro, do PSDB?
Na campanha, Vanderlan Cardoso dizia, de maneira incauta, que o fato de estar isolado, jogando praticamente sozinho, era positivo. Porque, se eleito, não teria de cumprir muitos compromissos.
Aquilo que parecia “bonito” era, na verdade, de um amadorismo total. Em eleições majoritárias, sobretudo numa capital como Goiânia, em que a disputa é acirrada, tende a ganhar aquele candidato que tem grupo. Porque é o grupo que faz a campanha, que desenvolve e esparrama as mensagens do candidato.
Vanderlan Cardoso não era um candidato ruim. Então, o que lhe faltou foi grupo (nem mesmo o PSD o apoiou em peso. Francisco Júnior e Vilmar Rocha apoiaram Sandro Mabel). O que lhe faltou sobrou para Sandro Mabel, o prefeito eleito, que conquistou o apoio de vários grupos, quase todos poderosos.
A estrutura de Sandro Mabel, circulando por todos os bairros, sedimentou o seu nome. Portanto, a vitória do candidato do União Brasil se deve à força dos grupos que o apoiaram.
Ao perceber que grupo é crucial, Vanderlan Cardoso deve apoiar Daniel Vilela, do MDB, para governador em 2026. Frise-se que o político de Senador Canedo foi eleito senador em 2018 com o apoio do MDB — tanto que seu suplente é o emedebista Pedro Chaves. O MDB deu-lhe estrutura em todo o Estado.
Vanderlan Cardoso vai disputar a reeleição para o Senado? É provável. Mas será uma eleição muito difícil. Por isso há quem diga que será candidato a deputado federal. Porém, se estiver na base de Daniel Vilela, mesmo que não seja o candidato oficial da aliança União Brasil e MDB, poderá acabar se tornando um candidato forte ao Senado.
Aos poucos, Vanderlan Cardoso está se aproximando de Daniel Vilela, em busca, frise-se, de um grupo — aquilo que ele não soube articular em 2024.
Político hábil e articulado, Vanderlan Cardoso já percebeu que embarcar na canoa furada do senador Wilder Morais (PL) — que poderá disputar o governo do Estado em 2026, e, como o senador do PSD em 2024, sem o apoio de um grupo forte — pode selar o fim de sua carreira política. Por isso tende a compor com Daniel Vilela. É o mais puro realismo. O líder do PSD está certo. (E.F.B.)