Neste sábado, 12, celebra-se o Dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, símbolo de fé e devoção em todo o Brasil. Popularmente conhecida como Nossa Senhora Aparecida, a santa, que é a padroeira do país, tem sua história envolta em mistério.

A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada nas águas do Rio Paraíba do Sul em 1717, e desde então surgiram diversas teorias sobre sua origem. A devoção à Nossa Senhora Aparecida atravessa séculos, consolidando-se como uma das maiores expressões religiosas do povo brasileiro. É importante ressaltar que o nome “Aparecida” foi dado em razão de ela ter sido encontrada, ou seja, no sentido de algo que apareceu.

Como a imagem foi parar no Rio Paraíba do Sul, onde foi encontrada?

 Não há registros oficiais desse evento, já que não existem documentos da época que comprovem o ocorrido. Contudo, a principal teoria é que a imagem foi descartada no rio por estar danificada. Além disso, o fato de ela ter sido encontrada realmente quebrada – com o corpo separado da cabeça – e a crença, comum na época, de que manter esculturas quebradas trazia maldição, reforça a hipótese de que um devoto tenha se desfeito da imagem de Nossa Senhora da Conceição.

As teorias mais conhecidas são:

1. Teoria religiosa/tradicional: Esta é a narrativa mais amplamente aceita no imaginário popular e dentro da tradição católica. De acordo com essa versão, os pescadores Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso estavam pescando no Rio Paraíba do Sul, em Guaratinguetá, para preparar um banquete para Dom Pedro de Almeida, o Conde de Assumar, que visitava a região. Após várias tentativas sem sucesso, João Alves lançou sua rede e encontrou a cabeça e, em seguida, o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, feitos de terracota. Depois disso, as redes se encheram de peixes. Acredita-se que este fato foi um milagre e, desde então, a imagem passou a ser venerada.
2. Teoria do naufrágio: Outra teoria sugere que a imagem teria sido trazida por algum barco ou embarcação que naufragou no Rio Paraíba do Sul. Devido ao acidente, a imagem se perdeu nas águas do rio e só foi encontrada mais tarde pelos pescadores. No entanto, não há registros históricos que comprovem essa teoria de forma consistente.
3. Teoria da perda de um proprietário privado: Alguns historiadores acreditam que a imagem possa ter pertencido a algum fazendeiro ou senhor de engenho da região, que por algum motivo a teria perdido ou descartado. Como o Rio Paraíba do Sul atravessava diversas propriedades, é possível que a imagem tenha sido levada pela correnteza até o ponto onde foi encontrada pelos pescadores.

Embora essas teorias existam, a narrativa religiosa da descoberta milagrosa é a que prevalece entre os devotos e a Igreja Católica, sendo um símbolo de fé e devoção no Brasil. A imagem encontrada em 1717 foi oficialmente reconhecida pela Igreja de Nossa Senhora Aparecida e, com o tempo, se tornou padroeira do Brasil.

Uma das principais crenças em torno de Nossa Senhora Aparecida é a de que sua imagem simboliza a fé dos pobres e oprimidos. A história dos pescadores, homens simples que encontraram a imagem em um momento de dificuldade, reflete a relação da santa com as classes mais humildes e o papel de Nossa Senhora como intercessora diante de Deus. Além disso, sua cor escura, possivelmente resultante do tempo em que a imagem ficou submersa, reforça o vínculo com os escravos e os marginalizados da época colonial, fazendo dela um ícone de resistência e esperança.

Outra convicção importante destaca o poder agregador da devoção a Nossa Senhora Aparecida. Ao longo dos séculos, a santa se tornou um símbolo nacional, transcendendo barreiras sociais, raciais e regionais. Sua popularidade entre fiéis de diferentes partes do Brasil mostra como a imagem de Aparecida foi capaz de unir um povo diversificado em torno de um sentimento comum de fé e proteção. Hoje, a Basílica de Aparecida é o maior centro de peregrinação da América Latina, atraindo milhões de fiéis todos os anos e reafirmando a posição da padroeira como um elo espiritual entre os brasileiros.

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