As pesquisas sugerem que o candidato “do” PSD a prefeito de Goiânia, senador Vanderlan Cardoso, está fora do segundo turno.
Sendo assim, quem Vanderlan Cardoso vai apoiar no segundo turno? O empresário mantém ligações pessoais com o candidato do União Brasil, Sandro Mabel, que o ajudou nos inícios de sua empresa, a Cicopal, e de sua caminhada política. Como deputado federal, viabilizou sua gestão como prefeito de Senador Canedo.
Entretanto, Vanderlan Cardoso não é movido a gratidão, e sim pelo mais puro realismo, aliás, como ocorre com a maioria dos políticos. Ele certamente fará a seguinte pergunta: eu ganho mais se apoiar Sandro Mabel, Adriana Accorsi, do PT, ou Fred Rodrigues, do PL?
Por sua vinculação com o governo de Lula da Silva — vários aliados ocupam cargos federais —, Vanderlan Cardoso dificilmente terá como apoiar o bolsonarista Fred Rodrigues, cujo grupo chama o político de Iporá de “senador-melancia” (verde por fora e vermelho por dentro).
O que ganhará se apoiar Sandro Mabel? Vanderlan Cardoso quer continuar no Senado. O candidato do UB poderá apoiar sua reeleição em 2026? Talvez. Mas não será fácil. Gracinha Caiado (União Brasil) será candidata a senadora. Resta uma vaga, mas será intensamente disputada por vários candidatos, como Gustavo Mendanha, Jorge Kajuru, Alexandre Baldy, Paulo do Vale, Adib Elias, entre outros.
Resta, portanto, Adriana Accorsi, do PT. Vanderlan Cardoso poderá apoiá-la. Como político pragmático, o senador nada tem de ideológico: apoiar Jair Bolsonaro e Lula da Silva é tudo a mesma coisa.
Vanderlan Cardoso já tem um pé no governo Lula da Silva, pois controla a Codevasf em Goiás. Abelardo Vaz, seu pupilo, é o dirigente do órgão no Estado. Para apoiar Adriana Accorsi, o senador poderá exigir o Ministério da Agricultura e Pesca? É possível. Mas será muito difícil Lula da Silva retirar o ministro Carlos Henrique Baqueta Fávaro, que é representante do Agro. Consta, inclusive, que poderá ser o vice do petista-chefe em 2026. (E.F.B.)