A tranquilidade na zona rural do município de Sambaíba, interior do Maranhão, conhecida por suas comunidades agrícolas tradicionais, foi abalada por uma série de crimes e ameaças perpetradas por grileiros de terras.

As famílias, que há mais de 50 anos habitam a área, vivem momentos de tensão e medo diante das investidas violentas que já resultaram em mortes, envenenamentos e ameaças de morte.

Nas últimas semanas, duas pessoas foram assassinadas, enquanto o rio que abastece as comunidades e suas plantações foram envenenados. A denúncia, feita ao Ministério Público do Maranhão, revela um cenário de terror: pistoleiros contratados pelos grileiros ameaçam as famílias, afirmando que vão matá-las, congelar seus corpos e comer suas carnes.

Todos os dias os pistoleiros contratados pelos envolvidos disparam vários tiros em direção às residências dos posseiros evidenciando as ameaças. O grupo age sob as ordens de um pistoleiro conhecido pelo nome de “Darlan”.

Entre os supostos envolvidos nos crimes estão: Lindomar Feitosa de Macedo, Antonio Dias Vieira Junior, Renato Jose Sollete, e um homem identificado apenas como Mauro, cuja identidade completa ainda está sendo investigada. Esses indivíduos são acusados pelas de estar à frente das ações violentas na tentativa de tomar as terras das famílias que ali residem há décadas.

Foram feitos levantamento em nome dos envolvidos e encontraram várias ações judiciais no Maranhão e em outros Estados, com os mesmos sujeitos e utilizando as mesmas práticas.

Uma das principais vítimas desta investida é Aldeni de Jesus Conceição, Antonio Evangelista da Conceição e Maria Evangelista de Jesus, que foram citados em uma ação de reintegração de posse proposta por Lindomar Feitosa de Macedo. A ação, que deveria tramitar na Vara Agrária de São Luís, foi surpreendentemente conduzida de forma célere, na Comarca de São Raimundo das Mangabeiras, levantando suspeitas de irregularidades no processo.

Além dos três citados, diversas outras famílias estão sendo coagidas a abandonar suas casas sob ameaça dos pistoleiros.

“Vivemos aqui há mais de 50 anos, temos nossas vidas e histórias construídas nesta terra. Agora, somos tratados como invasores e estamos sendo expulsos de maneira brutal e desumana”, desabafou uma moradora que preferiu não se identificar por medo de represálias.

As denúncias foram levadas ao Ministério Público, que foi solicitado a investigar as ameaças, mortes e envenenamentos, além de verificar a legalidade do processo judicial. As famílias esperam que as autoridades tomem medidas urgentes para garantir sua segurança e seus direitos sobre as terras que cultivam e onde vivem há gerações.

Tudo isso já é de conhecimento da delegacia civil da região, mas nada foi feito. Enquanto as investigações não avançam, as vítimas vivem sob um clima de medo e incerteza, aguardando que a justiça seja feita e que possam retornar à sua vida pacífica e produtiva.