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A grandeza de saber sair de cena e a tristeza de não tê-la

Com uma postura guiada mais pela emoção do que pela razão, o prefeito de Aparecida de Goiânia parece não ter aprendido a lição ensinada por Joe Biden nos EUA: assim como saber ganhar, é preciso saber abrir mão

Publicada em 29/07/24 às 16:47h - 21 visualizações

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A grandeza de saber sair de cena e a tristeza de não tê-la
 (Foto: Rádio RIR Brasil Goiânia - Direção: Ronaldo Castro - e Marcio Fernandes 62 99951- 6976)

“Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção de buscar a reeleição, acredito que é do interesse do meu partido e do país, para mim, renunciar e concentrar-me exclusivamente no cumprimento dos meus deveres como Presidente durante o resto do meu prazo”. Essas foram algumas das palavras escolhidas por Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, para anunciar, em uma carta aberta publicada nas redes sociais, que havia desistido de tentar a reeleição. Enquanto parte dos apoiadores do democrata demonstraram surpresa – ainda mais após o presidente repetir, até de forma irritada, que era o candidato à reeleição pelo seu partido e que não havia chance de recuo -, outra parte respirou aliviada. No Brasil, mais especificamente em Goiás, mais especificamente em Aparecida de Goiânia, um certo político viveu uma situação parecida à do estadunidense Biden, mas sua forma de reação não foi em nada semelhante ao americano.

Nos últimos meses, Joe Biden foi atropelado por um trator chamado Donald Trump. Mesmo sendo um ‘fora da lei’ – no final de junho, Trump tornou-se o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a ser condenado criminalmente. Um júri de Nova York o considerou culpado de falsificar documentos para encobrir um suborno para silenciar uma atriz pornô antes das eleições de 2016 -, e sendo alvo de vários outros processos, o republicano, que foi derrotado na eleição norte-americana de 2020, parece ter ressurgido das cinzas como uma fênix, estremecendo e botando medo na base democrata estadunidense.

A pedra final em sua coroa de “ressurreição” foi cravejada no último dia 13 de julho, após o republicano sofrer um atentado durante um comício na cidade de Butler, na Pensilvânia. A bala disparada contra Trump pegou de raspão, na orelha, mas as marcas que ficaram em sua pré-campanha ressoaram alto.

Um fotógrafo fez uma imagem mostrando Trump com a orelha ensanguentada, com punho erguido e a bandeira dos EUA tremulando ao fundo – quase uma pintura renascentista. Pronto, estava formado o “mártir defensor da democracia”, rótulo que não poderia destoar mais de um político que insuflou a população a questionar o resultado eleitoral, o que levou a um dos piores episódios da história moderna dos EUA: a invasão do Capitólio.

Leia também: Os ‘tiozões’ da política e a difícil arte do diálogo com a juventude

Somando as frequentes gafes de Biden, que de forma ininterrupta troca e esquece nomes de autoridades, confunde datas e acontecimentos e demonstra uma, verdade seja dita, fragilidade mental (leia-se, Joe tem 81 anos. Não que a idade seja responsável exclusiva pelos lapsos do presidente norte-americano, uma vez que o que não faltam são octogenários e nonagenários mais sagazes e lúcidos do que qualquer jovem na casa dos 20), ao retorno quase triunfante de Trump ao páreo, o partido Democrata percebeu que não havia outro jeito que não substituir o presidente na pré-corrida. Talvez decepcionado em não receber o suporte esperado, Biden, mesmo assim, resolveu ceder e abdicou do projeto eleitoral.

Não faltaram elogios de políticos, autoridades e jornalistas à postura do político americano, elogios esses completamente justificáveis. Ao sobrepor os interesses coletivos sobre os pessoais – Biden sabia que não seria capaz de derrotar Trump, e o desastre observado no debate entre os dois foi uma pequena prova disso -, Joe demonstrou uma grandeza vista somente nos grandes governantes. O norte-americano entendeu o que muitos morrem sem entender: na política, não existe o ‘eu, e sim o ‘nós’. Existem projetos e figuras momentaneamente mais qualificadas para representá-los. E quando uma personalidade ganha, ou tenta ganhar, mais destaque do que as ideias que ele simboliza, um sinal de que a democracia está falhando no que ela se propõe a ser.

Ao ser substituído por Leandro Vilela na pré-corrida eleitoral em Aparecida de Goiânia, um Vilmar Mariano antes esperançoso e vibrante parece ter liberado um alter ego vingativo e pouco ponderado. Por semanas pairaram dúvidas sobre quais seriam seus movimentos, uma vez que ainda havia a expectativa por parte da base governista de que o prefeito aparecidense entendesse que o motivo da substituição não se referiu à sua pessoa, mas sim a quem melhor representava o projeto político diante dos olhos da população: e as pesquisas evidenciaram que a melhor figura, naquele momento, naquele lugar, naquele cenário específicos, não era ele, e sim Leandro Vilela.

Contudo, aparentemente, não foi essa a concepção de Vilmar. Com lamúrias e reclamações para quem quisesse ouvir, e indiretas nas redes sociais levando sempre os termos “traição”, “mentira” e “maldade”, o prefeito decidiu que o melhor caminho não era apoiar um membro de seu grupo, mas sim um nome que, até então, era seu maior adversário político. Demissões em série, negativa de apoio para seu ex-secretário (que chegou a nutrir a esperança de disputar a eleição em Aparecida de Goiânia com o suporte do prefeito, a quem sempre foi leal), e ressentimento foram os termos que pavimentaram o caminho político de Vilmar desde quando perdeu o posto de pré-candidato até quando declarou apoio ao Professor Alcides na corrida eleitoral.

Vilmar Mariano é uma personalidade com trajetória política admirável. De presidente da Câmara Municipal a prefeito de Aparecida de Goiânia, o gestor sempre demonstrou espírito público, mas deixando escapar aqui e acolá pequenos rompantes que, no final, parecem ter dado a última palavra. Há quem diga que ele “jogou seu futuro político no lixo” (tais palavras foram ditas, por exemplo, por Gustavo Mendanha, um dos maiores alvos da mágoa do prefeito de Aparecida) ao “virar a chave” de seu jogo político guiado pela emoção.

Este mero colunista que vos escreve discorda: não, não creio que Vilmar Mariano tenha atirado seu futuro no lixo. Mas ao sair de cena como saiu, sem tentar demonstrar a grandeza de um Joe Biden da vida, o prefeito aparecidense mostra que ainda não entendeu qual é a função da política, e nem qual é a função de um líder.





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