Na última semana o presidente-executivo global do grupo Hyundai, Euisun Chung, anunciou novos investimentos no Brasil, durante encontro com o presidente Lula, na quinta-feira (22), no Palácio do Planalto. Até 2032, segundo ele, um aporte de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,4 bilhões) será aplicado em tecnologia, em particular de carros híbridos, elétricos e movidos a hidrogênio verde, em sintonia com o programa Mobilidade Verde (MOVER), do governo federal.
Desde a posse de Lula, os investimentos do setor automotivo anunciados no país já somam R$ 53,8 bilhões, o que favorece o desenvolvimento com geração de empregos, que correspondem à soma dos investimentos da Hyunday, de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,4 bilhões) da Volkswagen (R$ 16 bi), GM (R$ 7 bi), BYD (R$ 3 bi), GWM (R$ 10 bi), Renault (R$ 5,1 bi), CAOA (R$ 4,5 bi) e Nissan (R$ 2,8 bilhões).
Esse total de 53,8 bilhões em investimentos é resultado dos esforços do governo federal para a reindustrialização do país e de um cenário econômico nacional positivo, impulsionado pela reforma tributária, pelo câmbio estável, entre outros fatores.
“Se ele [investidor estrangeiro] enxergar que, no horizonte, o Brasil está arrumado do ponto de vista tributário, ele vem para cá”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à jornalista Míriam Leitão, da GloboNews, na quarta-feira (21), ao falar sobre a volta de expressivos investimentos do setor automotivo no país.
Além da reforma tributária, Haddad ressaltou que também a prioridade dada pelo governo Lula à transição energética e o potencial do país nessa área têm atraído as montadoras. “Muita gente vai preferir investir mais na tecnologia do hidrogênio verde, do etanol, da água, tem várias formas de produzir hidrogênio verde”, disse o ministro.
Ele relembrou o pessimismo que tomou conta do país durante o governo passado, que, além de não ter uma política industrial, era liderado por um presidente que levou o país à beira de uma ruptura institucional, o que também inibe investimentos. O resultado foi uma fuga recorde de multinacionais do país, e não só montadoras, como Ford e Mercedes-Benz, mas também empresas dos setores farmacêutico, eletroeletrônico, varejista, entre outros.
“Todo mundo estava dizendo que o Brasil ia perder em automobilístico; inclusive, com a saída da Ford do Brasil, todo mundo falou: ‘bom, agora é uma questão de tempo para todas saírem’. Todas que ficaram, e mais as entrantes, tipo BYD, estão anunciando [investimentos]”, declarou o ministro.
Venda de automóveis dispara
Outro sintoma de retomada do setor automotivo no Brasil é o aumento das vendas. Em janeiro, o número de carros vendidos no país (162 mil) foi 13% maior do que no mesmo período de 2023 (143 mil). A produção nacional ficou estável, na faixa de 152 mil unidades em janeiro dos dois anos. Além disso, 18,8 mil veículos foram exportados em janeiro de 2024.
Convergência
Ainda durante a reunião, Euisun Chung destacou a convergência de prioridades da Hyundai com as do governo brasileiro, em particular nas áreas da transição energética e da educação. Destacou, nesse sentido, investimentos da empresa em programas de responsabilidade social voltados ao tratamento odontológico e ao reflorestamento nas áreas onde está instalada, além da formação básica e técnica de pessoal e do compartilhamento de tecnologias. Manifestou também os votos de êxito ao Brasil na presidência do G20.
Lula expressou interesse na realização de uma reunião bilateral de alto nível entre Brasil e Coreia do Sul, por ocasião do G20, e comentou sobre as diretrizes conferidas pela presidência brasileira do grupo, incluindo a reforma da governança global, a inclusão social e a agenda da sustentabilidade e da mudança climática. Destacou que interessa ao país o debate multilateral sobre o impacto de novas tecnologias, como a inteligência artificial.
“O país estável e com futuro recebe mais investimentos. É mais uma grande empresa crescendo em nosso país”, postou o presidente depois do encontro, na rede social X.