“Sei dos riscos que corro em solo brasileiro, mas não podemos ceder”, afirmou Bolsonaro, um dia após revelações de dois de seus antigos colaboradores complicarem sua situação em investigações da Polícia Federal e do STF (Supremo Tribunal Federal).
Bolsonaro esteve em Goiânia, onde chegou a visitar uma joalheria em meio às apurações sobre o esquema de joias recebidas pela Presidência sob sua gestão. À noite, recebeu o título de cidadão goiano na Assembleia Legislativa.
Em discurso na Casa Legislativa, o ex-presidente não fez citações diretas às apurações sobre as joias, mas atacou o governo Lula (PT) e afirmou que “estamos vivendo momentos difíceis”.
Antes de chegar a Goiânia, Bolsonaro afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o tenente-coronel Mauro Cid tinha “autonomia” como seu ajudante de ordens na Presidência da República.
Ele comentou a apuração sobre a venda de joias do governo brasileiro e disse querer esclarecer o caso “o mais rápido possível”.
A PF investiga a venda de presentes dados a Bolsonaro em agendas oficiais. “Ele [Mauro Cid] tem autonomia. Não mandei ninguém vender nada. Não recebi nada”, afirmou ao jornal.
A declaração de Bolsonaro foi dada um dia após o advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, afirmar que o cliente faria uma confissão à PF e que a venda de joias ocorreu a mando de Bolsonaro.
Nesta sexta-feira, porém, Bitencourt recuou, disse à GloboNews que se referia apenas a um relógio da marca Rolex e que não se trataria de uma confissão, mas “esclarecimentos” a serem feitos aos investigadores.
Ao discursar na Assembleia de Goiás, Bolsonaro disse que a Reforma Tributária é “péssima” e esdrúxula e que “se o PT está indicando sim, vote não”.
O ex-presidente, que foi declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em razão de mentiras e ataques às urnas eletrônicas em reunião com embaixadores em 2022, tratou também do cenário para 2026.
“Temos que trabalhar para que, em 2026, possamos ter um candidato bastante competitivo. Quem será o candidato? O tempo dirá”, disse Bolsonaro, acrescentando que “nenhuma pessoa é salvador da pátria”.