Senador apoiou a eleição e a reeleição do ex-presidente Bolsonaro mas o PSD integra a base de apoio do presidente Lula e o ele se posicionou em favor da composição na base governista
O senador Vanderlan Cardoso (PSD) quer manter o ex-prefeito de Inhumas, Abelardo Cardoso (PP) como Superintendente em Goiás da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf). No PT os deputados federais Rubens Otoni e Adriana Accorsi querem a indicação do advogado Edilberto Dias, que foi presidente da Comurg no governo do prefeito Paulo Garcia (2012-2016). Dia sé primo do senador Marcelo de Castro (MDB-PI) e tem boa relação com a cúpula petista em Goiás e em Brasília.
O PSD, partido de Vanderlan Cardoso integra o governo do presidente Lula (PT) com três ministros: o senador Carlos Fávaro, do Mato Grosso, na Agricultura; o senador Alexandre Silveira, de Minas Gerais, na Minas e Energia; e o deputado federal André de Paula, de Pernambuco, na Pesca.
Para assumir o cargo é necessário a aprovação na Lei das estatais. Edilberto Dias, mais conhecido como Didi se enquadra neste requisito. Segundo o advogado, se for indicado, sua meta para a Superintendência da Codevasf em Goiás é implementar a transparência total de todos os processos e procedimentos. A Codevasf é alvo de investigações da Policia Federal por conta supostas irregularidades que teriam sido cometidas com o uso do Orçamento Secreto destinado à companhia.
Em 20 julho de 2022 a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação “Odoacro”, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). De acordo com os policiais, uma investigação constatou a existência de um esquema no qual processos de licitação fraudulentos eram utilizados para desviar recursos públicos.
A Polícia Federal afirma que as mesmas pessoas e empresas de fachada repetem um modus operandi neste esquema de condutas identificadas em 2015, quando a Polícia Civil identificou uma associação criminosa para desvio de recursos públicos de um município maranhense.
A PF alega que foi descoberto que as licitações de “vultosos contratos com a Codevasf” sempre eram vencidos por pessoas jurídicas ligadas ao grupo.
“O líder desse grupo criminoso, além de colocar as suas empresas e bens em nome de terceiros, ainda possui contas bancárias vinculadas a CPFs falsos, utilizando-se desse instrumento para perpetrar fraudes e dificultar a atuação dos órgãos de controle”, acrescentou a PF. No total, 80 policiais federais participaram da operação.
Para evitar o impeachment, e conseguir apoio político dos parlamentares, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou a Codesvaf a indicados ou apadrinhados pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), os manda-chuvas do Centrão que tomam conta de grande parte do Orçamento da União. Eles também dominam os recursos do orçamento secreto e são os padrinhos da indicação do presidente da Codevasf é Marcelo Moreira Pinto.
O resultato é que as denúncias e investigações se acumulam. Em uma operação de busca e apreensão em 16 endereços nas cidades maranhenses de São Luís, Dom Pedro, Codó, Santo Antônio dos Lopes e Barreirinhas, os policiais fedeais encontraram uma mala com R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo, além de artigos de luxo, como relógios importados.
A empresa vem sendo investigada desde 2019. As investigações apontam que a estatal teria destinado R$ 140 milhões a empreiteiras e pago R$ 10 milhões até 2022. Na segunda fase da Operação Odoacro, no dia 29/9, a PF fez buscas e apreensões em São Luis, na capital maranhense, acom a finalidade de desarticular o núcleo da organização criminosa composto por servidores públicos que auxiliavam nas fraudes licitatórias e no desvio de recursos públicos envolvendo verbas federais da Codevasf. Foi possível visualizar a participação de um gerente da Codevasf na associação criminosa, o qual recebeu cerca de R$ 250 mil das empresas investigadas.
Com agências